Novela – Salvador e a Copa 2014 – Capítulo 169
- Prefeitura não acredita em Metrô até 2014
- Mobilidade em Salvador: Integração entre trilhos e BRT
- Custo de 78 km de BRT é de R$2,9 bi
- BRT elétrico depois se transforma em metrô
- Salvador pode ficar sem VLT para 2014
- Metrô: onze anos, seis quilômetros e dois trens
- Mobilidade Urbana: Wagner defende integração entre metrô, BRT e ônibus
- Jaques Wagner e João Henrique anunciam que metrô será implantado na Paralela
- Novela – Salvador e a Copa 2014 – Capítulo 169
- Estado ainda não entregou projeto do Metrô Paralela para o governo federal
- Wagner diz que metrô não interfere na realização da Copa em Salvador
- Metrô de Salvador depende de subsídio de R$ 33 milhões
- Prefeitura consegue R$ 33 mi para que metrô ‘calça curta’ opere em 2012
- Metrô de Salvador testa viagem pela 1° vez após 12 anos em construção
- Soteropolitanos poderão utilizar o metrô no segundo semestre de 2012, garante João Henrique
Lembra do sistema de transporte anunciado pelo governo do estado em junho, para a Copa do Mundo? Esqueça. Ontem foi apresentado um novo resultado da Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), agora com a anuência da prefeitura e, de acordo com o governo estadual, da presidente Dilma Rousseff.
Pelo novo cronograma, a obra só será entregue em junho de 2014. Vale lembrar que a Copa do Mundo começa em 12 de junho. “O prazo é apertado, mas viável. Das sete empresas que apresentaram propostas, seis garantiram que 24 meses é tempo suficiente”, explicou Alberto Valença, secretário executivo da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan).
Do anúncio antigo, só foram mantidos os trilhos na Paralela, que agora foram definidos pelo metrô. A chamada linha 2 do metrô terá 22 quilômetros, ligando Lauro de Freitas ao Acesso Norte, onde será integrado com a linha 1, em construção há 12 anos.
A linha 1 continua sob responsabilidade da prefeitura, e a linha 2 custará em torno de R$ 1,6 bilhão, pelos cálculos do governo. Outros R$ 800 milhões serão gastos em outras obras complementares, totalizando R$ 2,4 bilhões – teto do PAC Mobilidade.
A verba, o secretário estadual do Planejamento, Zezéu Ribeiro, garante que chega. “Não tem papel assinado, mas tem compromisso político”, disse, referindo-se à conversa que o governador Jaques Wagner (PT) teve com a presidente Dilma na semana passada.
BRT
O mesmo não se pode dizer dos R$ 567 milhões do PAC da Copa, aprovados para o sistema BRT e com os quais se contava no primeiro resultado do PMI. “O contrato com a Caixa Econômica tinha como objeto o BRT. Vamos ter que renegociar”, explicou o secretário da Casa Civil municipal, João Leão.
Por falar em BRT, é capaz que o transporte dos sonhos do prefeito João Henrique (PP) nunca chegue a rodar. É que os R$ 800 milhões que sobram do metrô darão para modernizar os trens do Subúrbio Ferroviário e construir apenas três vias: as ligações Calçada-Retiro, Bairro da Paz-Cajazeiras (29 de Março) e Pituba-Iguatemi.
“É possível que nessas vias sejam implantados corredores de BRT, mas isso ainda não foi definido. Temos que ver se há interesse das empresas em administrar um BRT”, diz o diretor executivo da Seplan, Alberto Valença. Segundo ele, o sistema de ônibus poderá continuar como está.
Cajazeiras
A extensão do metrô até Cajazeiras, prometida pelo governador, também não tem previsão pra acontecer. “A gente quer fazer, mas temos uma limitação de verba”, justificou Zezéu. “É uma intenção a longo prazo”, emendou Valença. Também fazem parte do setor de “boas intenções” uma ligação da Lapa até a Pituba e a continuação da avenida Gal Costa, ligando Pituaçu a Pirajá.
O projeto é um mix de propostas do estado e da prefeitura. Agora que as duas esferas finalmente se entenderam, o projeto final enfim começará a ser elaborado. A previsão é que ele fique pronto até o final de outubro, quando terá início o processo de licitação para construção e operação do sistema. As obras, que antes se estimava que fossem iniciadas em janeiro do ano que vem, agora têm outro prazo: abril ou maio.
TRENS
A empresa escolhida para integrar a parceria público privada (PPP), com concessão de 25 anos, também terá que arcar com uma parte dos custos e será obrigada a gerir também os trens do Subúrbio.
“Será um sistema integrado, linhas 1 e 2 do metrô, mais os trens”, explicou Leão. Ele diz que, com a modernização, os veículos serão transformados em VLT (Veículo Leve sob Trilhos), mas Valença explica que não é bem assim.
“Veja bem, ele está chamando assim porque o nome é bonito, mas não vai ser VLT. Os veículos serão reformados, o sistema requalificado, mas os trens vão continuar pesados”, diz o secretário. Ele estima que, com a modernização, os veículos atinjam 80 km/h, mesma velocidade do metrô. As obras custarão
R$ 212 milhões.
Novo metrô ajudará ‘irmão mais velho’
O governador Jaques Wagner disse que o novo metrô vai nascer para ajudar o irmão mais velho, da Bonocô, a dar seus primeiros passos. O problemático metrô pré-adolescente é o menor e mais caro do país, alvo de denúncias e processos. Em 2009, a Polícia Federal encontrou indícios de corrupção, o que originou um processo no Ministério Público Federal e uma CPI na Assembleia Legislativa.
Por conter escutas telefônicas, o Supremo Tribunal de Justiça considerou as provas ilegais e o processo passou a correr em sigilo. Então, o Tribunal de Contas da União pediu que o Exército reforçasse a obra, mas o resultado não foi apresentado.
CUSTOS DAS OBRAS
– 1,6 bilhão de reais é quanto o governo calcula gastar só com a obra do metrô na Paralela. Ainda terá verba da iniciativa privada.
– 800 milhões de reais é quanto sobra para as outras obras, se o governo conseguir o teto do PAC Mobilidade, que é de R$ 2,4 bilhões.
– 567 milhões de reais é o valor do PAC Copa, aprovado para a implantação de BRT. O governo parou de contar com esse dinheiro.