SISTEMA DE TRANSPORTE INTEGRADO (IDÉIAS 2014)
E ai, beleza?
Resolvi reformular todas ideias que havia pensado pra SSA e RMS aqui na TED, num formato mais prático, integrado e racional, ligado as modificações que já estão acontecendo ou foram anunciadas pelo Governo do Estado ou pela Prefeitura. Para facilitar a visualização, explicarei como funcionaria essas ideias de Sistema Integrado e, ao final, postarei uma tabela gigante com TODAS as linhas que pensei.
-
IDEIAS INICIAIS
A ideia é incluir a racionalidade nos trajetos e a inclusão de terminais de transbordo nas saídas dos grandes bairros de salvador, assim como 2 terminais para Região Metropolitana. Semelhante ao que foi feito em Recife. Isso reduziria o custo dos trajetos (que reduziriam pela metade) e nivelaria o serviço em todos os bairros da cidade.
– EXEMPLIFICANDO PROBLEMAS ATUAIS:
HOJE, Salvador tem um sistema de linhas Bairro-Bairro com apenas um fim de linha. Ou seja, uma 1436 (Cajazeiras 11 x Pituba), inicia viagem em Cajazeiras 11, vai lá na Pituba e volta para Cajazeiras 11 em um percurso maior que 3 horas (TOTAL).
Geralmente, um ônibus dessa linha que sai às 6 hrs da manhã só conclui sua viagem às 9 hrs e, acredite, se o sistema de salvador fosse integrado via terminais, linhas com este tempo de trajeto não existiriam. O que reduziria o custo para manter ele funcionando, com a mesma frota que existe hoje.
Um outro problema decorrente dessa estrutura atual é o seguinte: TODOS os ônibus da 1436 iniciam viagem APENAS em Cajazeiras 11. Ou seja, se você estiver no ITAIGARA, o veículo que vai pegar começou a viagem onde você vai saltar. QUALQUER problema no meio deste caminho que bloqueie o trânsito, ferrou tudo. O tempo de espera vai lá no espaço e você fica a ver navios no ponto aguardando.
Além disso, existe a compactação de lugares em um roteiro só. Essa linha sozinha carrega a demanda de locais como Av.Paralela, Av.Tancredo Neves, Av.Paulo VI, Itaigara e Iguatemi com destino ao Sâo Rafael e Cajazeiras. Isso causa superlotação. Este exemplo se espalha por TODO o sistema.
Logo, eu pensei em um sistema onde cada linha teria sua função e o seu foco de demanda, e cada grande conjunto teria seu próprio terminal com viagens rápidas e integradas com demais futuros modais que possam vir a existir na cidade.
-
DESCREVENDO O SISTEMA
Pensei num sistema dividido pelos seguintes tipos de Linhas:
Nº |
TIPO |
DESCRIÇÃO |
1xx |
ALIMENTADOR |
Conecta os bairros aos terminais mais próximos; |
2xx |
RÁPIDA |
Conecta os Terminais aos destinos pelo caminho mais rápido/expresso; |
3xx |
TRONCAL |
Liga os Terminais ao centro da cidade; |
4xx |
TRANSVERSAL |
Conecta os Terminais com bairros importantes sem passar pelo centro; |
5xx |
INTERTERMINAL |
Liga terminais entre si |
6xx |
SELETIVO |
Linhas com veículos com AR e poltronas de viagem; |
7xx |
INTERBAIRRO |
Linhas para conectar bairros próximos, com tarifa reduzida (STEC) |
8xx |
ESPECIAL |
Linhas ativadas em eventos / Operação Praia |
9xx |
RMS |
Linhas com destino a Região Metropolitana; |
O fluxo de uso das linhas seria:
ALIMENTADOR >TERMINAIS > TRONCAL/TRANSVERSAL/RÁPIDA/RMS > ALIMENTADOR.
Os passageiros pagariam uma passagem para pelo menos 3 ônibus, integrados a dinheiro ou bilhetagem. E isso abre a margem para integração multimodal, obviamente.
A quebra do uso das linhas diretas Bairro-Bairro reduziria efetivamente o tempo de trajeto realizado pois o sistema seria redesenhado para funcionar de forma PRÁTICA da ORIGEM para o DESTINO.
As linhas INTERBAIRRO seriam o complemento necessário para bairros próximos com grande fluxo de pessoas entre eles. O objetivo seria TIRAR o peso desta demanda das linhas integradas trazendo o atrativo da tarifa mais baixa não entrariam em terminais e não seriam integradas.
Por exemplo: A pessoa que mora no São Caetano e vai para Liberdade, não precisaria ir em nenhum terminal pela proximidade dos dois bairros. Ai entra a linha INTERBAIRRO, com tarifa reduzida fazendo este trajeto.
-
TERMINAIS INTEGRADOS SUGERIDOS
Inicialmente, as linhas poderiam ser redesenhadas para um sistema de terminais de transbordo fechados entre si para reduzir a sobreposição de muitas linhas em um trajeto só e fornecer um transporte “nivelado” para todos os bairros.
“Nivelado”, pois no sistema atual de linhas bairro-bairro acontece o seguinte:
O bairro com maior “representatividade” da região acaba tendo as linhas com maior frota e maior frequência. E as comunidades menores dentro da mesma região ficam com linhas de frota pequena, mesmo roteiro (ou as vezes até mais rápido), mas com um intervalo de espera absurdamente alto.
O que acontece? O atendimento fica extremamente desproporcional. A pessoa que mora em Sussuarana, por exemplo, tem um transporte razoavelmente bom e frequente, mas quem mora em Novo Horizonte, que fica na mesma região, tem um transporte MUITO ruim. Se existisse um terminal no CAB, por exemplo (x2), o custo de uma Novo Horizonte x CAB ia ser mínimo para obter uma frequência absurdamente alta.
Se a região “converge” para um terminal de transbordo, as linhas poderiam sair dos pequenos conjuntos com uma frequência alta, reduzindo o custo de operação e melhorando o serviço como um todo.
Existirá uma postagem individual para cada Terminal, mas segue a tabela geral das linhas pensadas até o momento:
-
JUSTIFICATIVAS
A partir deste ponto, o sistema já estaria integrado e otimizado. Listarei aqui os motivos que justificariam estas mudanças:
– OTIMIZAÇÃO DE ROTEIROS: Uma vez que o sistema seria retroalimentado por terminais de Transbordo, as linhas teriam roteiros mais objetivos e em muitos casos, expressos, com poucas paradas e sem sobreposição.
– LUGAR DE ÔNIBUS É EM TERMINAL: Atualmente os bairros residenciais tem os “fins de linha” que chegam a abrigar, em alguns casos até 60 ônibus pelas frotas que operam na região. E normalmente não há estrutura para tudo isso. Considere que ao lado deste terminal “improvisado” existem CASAS, praças, quadras, é um ambiente residencial que deveria ser aproveitado para atividades de lazer em contraste ao barulho e espaço ocupado pelos veículos que operam lá. Pense ainda que existem linhas que começam a operar às 4/5 hrs, por exemplo.
Com a realidade deste projeto implantado, as linhas teriam seus pontos finais EM TERMINAIS DE TRANSBORDO. Ou seja, elas sairiam das estações, iriam nos bairros e voltavam, reduzindo o volume de veículos parados nos atuais fins de linha.
– REDUÇÃO DE CUSTO E MELHORIAS PARA OS RODOVIÁRIOS: Pensa comigo: Se os roteiros estão menores (na verdade cortados ao meio), o custo é menor para manter frequência; se as linhas saem de Terminais, seria possível construir uma estrutura para abrigar melhor os Rodoviários, como banheiros, lanchonetes e etc, coisa que os fins de linha hoje não tem em maioria.
Além disso, o deslocamento dos rodoviários ficaria mais harmônico uma vez que o ponto inicial (e final) das viagens seria em Terminais de Transbordo. O que poderia facilitar certas operações corriqueiras como a troca de turno.
– CONCLUSÃO
Claro que escrever é mais fácil do que executar. Mas creio que se existir uma intenção de mudar definitivamente o transporte pra ser algo prático, rápido e integrado, o caminho seria este. As possibilidades são infinitas. E obviamente não seria o suficiente para resolver TUDO, pois não há cidade sem problema de trânsito e/ou transporte. Estas ideias não foram pensadas A PARTE de outros modais, mas sim, integrado. Um sistema não elimina o outro, mas o Transporte Coletivo poderia ser completamente redefinido e ter sua função aprimorada.
E além de tudo isto, outras coisas como BRT’s, VLT’s e demais serviços ainda poderiam ser implantados para otimizar mais e mais o sistema de transporte de Salvador e Região Metropolitana.
Por enquanto é só, pessoal. Essas ideias ainda têm de ser mais lapidadas (e serão) atualizadas. Vamos ver se tudo isso chega na mão dos órgãos públicos e se eles tem algum interesse em investir nestas ideias!