Rodoviários fazem protesto nesta semana

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A TARDE
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Os rodoviários realizam nesta sexta-feira (16) “operação-padrão” na região do Iguatemi e Paralela. Neste segundo dia consecutivo de protestos, todos os motoristas vão seguir pela faixa da direita, parando em todos os pontos de ônibus e não ultrapassando do sinal amarelo.

Ontem pela manhã, durante manifestação próximo à Estação da Lapa, o trânsito ficou travado na região. O movimento desta sexta não afetou o trânsito nesta manhã na Paralela e Iguatemi, mas atrapalhou o transporte urbano, já que formou-se longas filas de ônibus na faixa da direita.

Transtornos – Nos locais onde acontece a operação, os transtornos atingem a população que precisa do transporte coletivo. Na Paralela, muitos desceram dos ônibus e preferiram seguir a pé para não perderem os compromissos. O auxiliar administrativo Antônio Carlos Silva, de 33 anos, reclamou de ter que andar da Grande Bahia até a Madeireira Brotas. “Tinha que estar no trabalho às 8h30. Agora já era. Isso é um absurdo, uma falta de respeito com o trabalhador”, disse.

Bastante chateada com a situação, a vendedora Josefa Dórea, de 40 anos, afirmou que iria perder um compromisso no trabalho, marcado para as 9h. “Isso é uma pouca vergonha, quem paga pelo transporte somos nós!”. A auxiliar administrativa Vera Lúcia Assunção também reclamou da manifestação. “Não é dessa forma que eles deveriam estar protestando”, disse.

Reclamação –  A manifestação é um protesto contra as multas aplicadas pela Transalvador e consideradas abusivas pela categoria. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, os rodoviários pretendem mostrar que é inviável cumprir a carta horária sem infringir a legislação de trânsito. “Tentamos seguir a lei, mas a pressão das empresas torna isso impossível”, afirmou.

No trajeto entre os bairros de Tancredo Neves e Pituba, por exemplo, a carta horária determina que o percurso seja cumprido em um tempo máximo de duas horas. Mas para o motorista Pedro Celestino, com o trânsito fluindo normalmente, o tempo necessário seria de, no mínimo, 2h40.

Outro motorista, que não quis se identificar, explicou que as empresas sabem que o percurso não é feito no tempo previsto. “Eles sabem que só dar para fazer em 2h30 (o percurso entre Santa Cruz e Calçada), mas colocam a gente para fazer em 2 horas. Você que se vire para fazer. Então, a gente joga ponto para cima, não para na sinaleira, não anda na direita para tirar esses 30 minutos. Se passar do nosso horário, eles não pagam a hora-extra e a gente trabalha de graça”, reclama.

Embate – O assessor de Relações Sindicais do Sindicato das Empresas de Transporte Geral de Salvador (Setps), Jorge Castro, contestou as razões do protesto elencadas pelos rodoviários. Em entrevista ontem ele afirmou que “a discussão não é verdadeira”. “Se eles estão fazendo isso por conta da carga horária, porque não enviaram uma pauta para discutir o assunto? Se havia um problema com as multas, era para sentar e discutir, e não prejudicar a população”, argumentou.

Hélio Ferreira discorda das ponderações do assessor. “Várias vezes já houve a tentativa de negociar a questão das multas com a prefeitura, sem sucesso”, afirmou. Ferreira informou ainda que em 2010, houve um acordo de redução nos valores cobrados que não foi cumprido.

A Transalvador informou que, entre 1º de janeiro de 31 de agosto deste ano, foram lavradas 50.246 autuações na área de transprte público. Destas, 2.179 foram voltadas para condutores e cobradores, enquanto 48.247 foram contra as empresas.

“Eles multam as empresas, mas a empresa repassa para a gente. É descontado do nosso salário e a gente não pode nem recorrer”, reclama o motorista da Axé, Dezeval Ramos.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, diz que o número de multas por mês varia de 400 a 1 mil por empresa, com valores entre R$ 80 e R$ 900.

Eduardo Lima

Eduardo Lima

Idealizador do Portal Transporte em Debate-Bahia, meio doido, fanático por Transporte Urbano, e estudante nas horas vagas...

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